Apenas 5,5% dos alunos de SC saem do Ensino Médio sabendo Matemática, diz estudo
Aprendizagem considerada adequada caiu 3% em relação ao período anterior da pandemia, mais do que a média nacional, que foi de 1,7%

Santa Catarina ainda não recuperou os níveis de aprendizagem pré-pandemia, de acordo com um novo estudo da organização não governamental Todos pela Educação, divulgado nesta segunda-feira (28). Conforme o levantamento, 5,5% dos alunos catarinenses saem do Ensino Médio sabendo matemática — uma queda de 3% em relação a 2019, quando era 8,5%. O número, no entanto, segue acima da média nacional.
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O resultado se baseou em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), em 2019 e 2023. Foram considerados alunos de quinto e nono ano do Ensino Fundamental, e do terceiro ano do Médio.
Em relação a Língua Portuguesa, 35,5% dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio tinham a aprendizagem adequada em 2023. Em 2019, o número era de 37,1%.
Os números de Santa Catarina superam a média de aprendizagem no de Ensino Médio no país, que é de 5,2% em Matemática e 32,4% em Língua Portuguesa. Em comparação com 2019, porém, as variações negativas no Estado foram maiores do que as nacionais — em Matemática, Santa Catarina variou -3% e o Brasil -1,7%; em Língua Portuguesa, o Estado caiu -1,6% e o país, -1,1%.
Santa Catarina ocupa o nono lugar no ranking de unidades da federação com melhores resultados em Matemática, e oitavo lugar em Língua Portuguesa. O Espírito Santo lidera a lista (9,1% de aprendizagem em Matemática e 42,6% em Língua Portuguesa). O Amapá tem o pior resultado em Matemática (2,2%) e o Maranhão, em Língua Portuguesa (19%).
Segundo Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação, os dados mostram que, embora haja sinais de recuperação, a aprendizagem não voltou aos patamares pré-pandêmicos.
— O contexto geral ainda é de muitos alunos com níveis baixíssimos de aprendizagem. A pandemia intensificou esse quadro e tornou ainda mais urgente e importante que o poder público tenha ações voltadas para a superação dessas defasagens, que muitas vezes são de conhecimentos muito básicos que não foram desenvolvidos — pontua.
Em nota, a Secretaria do Estado de Educação informou que tem como prioridade investir na recomposição da aprendizagem e que vem implementando ações com foco na melhoria da educação estadual.
Ensino fundamental tem queda, mas segue entre as melhores
A pesquisa também avaliou alunos do Ensino Fundamental. A maior queda de aprendizagem em Santa Catarina foi registrada no quinto ano: conforme o levantamento, em Matemática, os estudantes catarinenses atingiram o índice de 54,1% em 2023, uma queda de -4,1% em relação a 2019, quando era 58,2%; já em Língua Portuguesa, em 2023, ele ficou em 66,8%, uma queda de -2,3% em relação a 2019, quando era 69,1%.
As variações negativas do Estado nas duas avaliações também superaram a média nacional, de -1,4% em Língua Portuguesa e -3,2% em Matemática. Mesmo assim, o Estado ocupa o segundo lugar no ranking de unidades da federação com melhores resultados em ambos os quesitos, mantendo a posição de 2019, atrás apenas do Paraná.
Os dados também mostram que a aprendizagem vai caindo conforme avançam as séries de ensino básico, uma tendência que se repete nacionalmente. No nono ano, 43,7% dos estudantes de Santa Catarina tiveram aprendizagem adequada em Língua Portuguesa, e apenas 22,2%, em Matemática.
Em ambas as avaliações, há queda em relação a 2019 (de -1,9% em Língua Portuguesa, e -4,1% em Matemática). O Estado fica em quarto lugar no ranking nacional em ambas as avaliações.
O que diz a Secretaria de Educação
“A Secretaria de Estado da Educação (SED) tem como prioridade a aprendizagem dos estudantes catarinenses. Logo no início da atual gestão, a equipe da SED identificou a necessidade de investir na recomposição da aprendizagem. Por isso, desde então vem implementando novas ações com foco na melhoria da educação estadual.
Ainda em 2023, entre os meses de agosto e dezembro, a SED promoveu formações para professores de Língua Portuguesa e Matemática, voltadas para a recomposição da aprendizagem. Destacamos também a implementação dos três ciclos de avaliação anuais no Ensino Fundamental, em que as escolas podem ter um diagnóstico e trabalhar as habilidades que ainda não foram desenvolvidas pelos estudantes. No Ensino Médio, o Governo do Estado instituiu o programa CaTec (catarinense técnico), que tem por finalidade oferecer aos estudantes a formação técnica e profissional. Investimento que irá repercutir nas taxas de aprovação e permanência dos estudantes nessa etapa de ensino da educação básica.
De forma inédita, a SED também instituiu o Núcleo de Acompanhamento Pedagógico e Formação nas Coordenadorias Regionais (CREs). O objetivo do Núcleo é articular e desenvolver o acompanhamento pedagógico e processos de formação continuada junto às equipes pedagógicas, gestores e docentes das unidades escolares, considerando as diferentes etapas e modalidades da Educação Básica e Profissional. Aliado ao Núcleo, foi feito o lançamento do programa de formação continuada dos professores, uma ação de contrapartida do Programa Universidade Gratuita que prevê 60 horas de qualificação para profissionais da educação pública estadual por semestre.
A Diretoria de Ensino da SED vem acompanhando os planos de ação de cada uma das 37 Coordenadorias Regionais de Educação, com foco específico em aproveitamento e fluxo escolar.
Além disso, o Governo do Estado está investindo em outras iniciativas, como o projeto piloto com o método IntraAct de alfabetização, a ampliação da oferta da disciplina de inglês para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a valorização dos profissionais da Educação e a melhoria da infraestrutura das escolas estaduais. Todas essas ações têm como base a análise de indicadores, como o IDEB e os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que refletem a realidade anterior ao trabalho desenvolvido na gestão atual“.
Fonte: NSC
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